terça-feira, 15 de novembro de 2011

Grupo de Frankfurt

Recebi notícia disto ontem, pela imprensa estrangeira. Um tal Grupo de Frankfurt, também conhecido pelo nome francês de Groupe de Francfort é novo, e não têm recebido grande atenção da imprensa portuguesa.

Eis como as coisas funcionam. As verdadeiras decisões a nível europeu são agora tomadas pelo Grupo de Frankfurt, uma cabala não-eleita composta por oito pessoas: Lagarde; Merkel; Sarkozy; Mario Draghi, o novo presidente do BCE; José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia; Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo; Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu; e Olli Rehn, comissário europeu para os assuntos económicos e monetários.

Este grupo, que não presta contas a ninguém, manda na Europa. A cabala decide se a Grécia deve ou não ser permitida realizar um referendo e se Atenas deve receber a próxima tranche do fundo de resgate. O que interessa para este grupo é o que os mercados financeiros pensam e não o que os eleitores possam pensar. Se os Governos tinham algum poder, foi-lhes retirado e colocado nas mãos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI.
The Guardian

Que coisa é esta, estarão os leitores a perguntar? Alguma espécie de teoria da conspiração?
Longe disso:
O Grupo de Frankfurt, ou GdF, é a última adição à proliferação de grupos políticos internacionais. Constituído pelos líderes da Alemanha, da França, do Eurogrupo, do BCE, da Comissão Europeia e do FMI. (...) Não tem estrutura legal ou secretariado, mas é agora o núcleo do núcleo da Europa.
The Economist

Os mais críticos apelidam o GdF de ‘politburo’ dada a sua ausência de legitimidade democrática. Atribuem-lhe a decapitação de George Papandreu e a punhalada a Silvio Berlusconi.
Incrível, é que este politburo possa ter defensores:
Os defensores atribuem ao grupo o estatuto de antídoto necessário para acabar com a crise do euro.
El Mundo, via presseurop

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