terça-feira, 6 de março de 2012

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Merkel anda às compras nos saldos


O Governo alemão veio ajudar a E-On, o maior fornecedor de electricidade do paísa assegurar uma posição na Energias de Portugal, que o Governo em Lisboa está a leiloar como parte das reformas provocadas pela crise da dívida.

Angela Merkel, chanceler alemã, procurou realçar os benefícios da oferta da E-On pela participação de 21% de Lisboa na EDP numa conversa recente com Passos Coelho, o Primeiro Ministro português
Financial Times
Quem diria...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

De um lado insultos, de outro reconciliação?

um fraco
Cohen-Bendit
Se não estás pronto para cumprir as regras é melhor ficares com a boca calada
Elmar Brok
Depois de muito atacado no Parlamento Europeu, acusado de ser "um fraco", de ser "pouco construtivo", que deixá-lo entrar na UE foi "um erro", que "se não vai à mesa para negociar vai lá para ser comido", etc, eis que chega Angela Merkel!
Também acredito que é um parceiro important na União Europeia... A Grã-Bretanha tem o seu próprio interesse vital que a zona Euro ultrapasse a sua crise financeira
Merkel
Oh, quem diria! Angela Merkel preocupada com a saída do Reino Unido! Nada de pescas no Mar do Norte? Nada de petróleo? Nada de ter a sua companhia eléctrica a operar lá (a E-On, concorrente à privatização da EDP)? Se calhar o défice comercial do Reino Unido com a União Europeia? Ou apenas o receio de ter de pagar mais com a saída do segundo maior contribuidor?

P.S.: Noto a correspondência enviada de Malta à BBC: «concorda e congratula o Sr Cameron por "fazer aquilo que está certp para todos os povos europeus, não como o fantonche do nosso Primeiro-Ministro de Malta. A Grã-Bretanha não precisa da Europa tal como não precisou durante séculos.»

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quem parte, reparte e não fica com a melhor parte

... culpa os outros.

O Reino Unido, em troca do seu acordo, pediu por um protocolo específico nos serviços financeiros que, como apresentado, era um risco para a integridade do Mercado Interno. Isto tornou o compromisso impossível.
Durão Barroso

Estas foram as exigências inaceitáveis
Basicamente, assegurar o processo de decisão por unanimidade no Conselho em vários aspectos, e como a proposta de protocolo faz questão em referir, em nada belisca o euro ou a estabilidade da moeda única.
A única ameaça para a estabilidade da moeda única estava no próprio acordo, como já se viu várias vezes neste blogue.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A lógica dita que...

Segundo Stephen Collins, do Irish Times, dita que nós [a Irlanda] apoie o novo acordo europeu.

O artigo resume-se facilmente: diz-se que se a Irlanda não ficar no euro, que ficará dependente do Reino Unido («A única alternativa que teríamos a abandonar o euro seria tentar fixar a moeda irlandesa à libra. Seria o equivalente a uma candidatura à junção com o Reino Unido no 90º aniversário do tratado que levou ao establecimento deste Estado [Irlanda]»), que o euro serviu os interesses da Irlanda («Não só o euro nos serviu bem como estamos totalmente dependentes das instituições europeias e do IMF para financiamento»), etc. Tudo isto mentira, mas vou realçar outro ponto antes de passar à parte mais relevante desta mensagem:
Contudo, estar envolvido na Europa desde 1973 deu a este Estado a "liberdade para alcançar a liberdade" a que Michael Collins apirava em Dezembro de 1921. Indo em direcção a uma cada vez maior união fiscal irá aumentar, em vez de diminuir, a nossa liberdade em termos reais.
O assunto é a perda de soberania orçamental. E este colunista do Irish Times acha que a Irlanda e os Irlandeses terão mais liberdade. Enfim, há quem viva num mundo de duendes alemães.

Mas o mais interessante está nos comentários ao artigo:
mikehall
Não, se algo, é inteiramente ilógico. "Balanço Sectorial" Stephen, já ouviste falar disso? (...)

Se todos os Estados do euro tentam manter orçamentos superavitários, ou pelo menos orçamentos equilibrados, então a única maneira de os activos financeiros (dinheiro) do sector privado (cidadãos) poder aumentar é se todos nós, colectivamente, exportarmos em massa para fora da zona euro, recebendo dinheiro (euros) como pagamento. (...) O grosso do nosso comércio actualmente está na zona euro, então, colectivamente, teríamos de exportar para fora da zona euro por 10 ou 20 vezes. Alguém acha, remotamente, que isso vai acontecer, mesmo em circunstâncias "normais", esquecendo um longo período de recessão global? (...)

Por isso, o efeito deste "pacto" ridículo", seguidor da falha fundamental do erradamente denominado "Pacto de Estabilidade e Crescimento" do sistema euro que é co-responsável pela crise, será que os países enterrados em dívidas não terão a menor possibilidade de reduzir a dívida ou os juros. (...)

União monetária requer uma união fiscal funcional para funcionar. Isto significa que, de alguma maneira, tem de haver um mecanismo de transferência fiscal dos países mais fortes (não podemos todos ser altamente industrializados) para os países mais fracos. Até agora, o que nós fizemos foram transferências por via da dívida. Mas, como vemos, isso não pode continuar indefinidamente. Por esta razão, independentemente do comportamente arriscado dos bancos, a presente crise de balanço do euro estava condenada a acontecer. O acordo de ontem só torna uma crise no futuro ainda mais certa! Por favor, podemos ter algum comentário económico que obedeça às leis da matemática?

Em relação à Cimeira... encontro... seja lá o que for

Uma entrevista na BBC Radio 4 apresenta uma perspectiva britânica, na minha opinião, de uma lucidez que tem faltado à Europa. Terry Smith é o entrevistado, CEO na City (centro financeiro de Londres).

JUSTIN WEBB: Assuma por um segundo que eles realmente se entendem, que fazem aquilo que têm estado a dizer que fazem nas últimas horas, há um argumento, não é verdade, que isto é só o remédio errado, se estão a fazer as coisas erradas.
TERRY SMITH: É verdade. Eu penso que é. Quer dizer, porque o que vai sair se resume a controlo central e mais austeridade para aqueles países. Eu não acho que se possa curar a sua posição com mais austeridade. A Grécia não pode tornar-se mais competitiva, nas suas maiores indústrias como o turismo e a agricultura, enquanto está numa moeda fortalecida pela presença da Alemanha. Nem a Itália, certamente o sul da Itália, Espanha, Portugal, Irlanda e França. Na minha perspectiva, uma moeda única para todos estes países é equivocada.

O meu destaque:
TERRY SMITH: O que é que eu concluo? Não estou certo de que isto deixe o Reino Unido isolado, ainda somos membros da Comunidade Europeia. Mas se nós estamos isolados, podemos bem estar isolados como alguém que se recusou entrar no Titanic antes de este partir