quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Reacções ao referendo

Do referendo na Grécia já tínhamos dado aqui notícia. Mas há muitas reacções.

Há inclusive quem duvide que se realize, e há quem já tenha prometido tudo fazer para que não haja referendo (o Governo Holandês). Os líderes europeus (e isto inclui Paulo Portas) já vieram 'alertar' para a instabilidade (e ameaçar também).
Outras pessoas menos relevantes na cena europeia confiam no cumprimento por parte da Grécia.

· É basicamente outro esquema de chantagem da Grécia. Os Gregos, liderados pelo pai de Papandreous, executaram uma chantagem em 1985 quando retiveram o voto para a entrada da Espanha e de Portugal na Comunidade Económica Europeia. Acabaram por receber 30 mil milhões por um voto favorável.

· Há custos enormes para o projecto europeu associados com a saída da Grécia. A ideia de que algum país na UE está a contemplar realizar um referendo deixa os líderes da zona euro aterrorizados. Papandreous sabe isto e está a jogar uma carta agressiva quando nos aproximamos da cimeira dos G20 one os Americanos e os Chineses irão dominar mais a política europeia do que a Alemanha ou a França.

· Na minha opinião, Papandreous acabou de mostrar ao norte quem é que manda aqui - "É a nossa dívida, mas é o vosso problema" deveria ter sido o título do seu anúncio.
David Zervos
As razões pelas quais Papandreous convocou um referendo são estranhas até na Grécia. David Zervos, executivo sénior num grupo financeiro mundial, parece apostar nalguma espécie de chantagem política. Outros acham que Papandreous espera que o voto popular seja favorável e que não tem outro remédio senão referendar ou enfrentar um ano inteiro de greves. E há ainda quem ache que seja uma maneira de sair do cargo de Primeiro Ministro sem se demitir.
A posição de Papandreous, que não tinha sequer informado o seu ministro das Finanças, é a de que um referendo vai “reforçar o país na zona euro e no plano internacional”.
Outra confusão em relação ao referendo é se haverá questão sobre a permanência no euro.
Papandreous quis deixar claro que não. Os Governos espanhol e francês querem que se inclua uma pergunta dessas directamente.
É que os Gregos rejeitam a austeridade, mas o euro ainda goza de popularidade.

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