segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Referendo na Grécia

O Governo grego tenciona levar a referendo o novo programa de ajuda financeiro, cujos contornos foram delineados na cimeira europeia da passada quinta-feira. A revelação foi feita hoje pelo primeiro-ministro George Papandreou.
Jornal de Negócios

“A vontade do povo grego irá impor-se sobre nós”, declarou o chefe do Governo grego ao grupo parlamentar socialista, indicando também que vai pedir ao Parlamento um voto de confiança relativo ao acordo sobre a dívida.

Os gregos “querem adoptar o novo acordo ou será que o rejeitam? Se os gregos não quiserem, não será adoptado”, sublinhou o governante.

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Na última quinta-feira, os dirigentes europeus chegaram a acordo com a banca para abater uma parte da dívida grega detida pelos bancos credores do país. Em causa está a renúncia a 50% das dívidas à banca privada, o que se traduz em 100 mil milhões de euros num total de endividamento público de 350 mil milhões.

Atenas receberá também novas ajudas internacionais de 100 mil milhões de euros até ao fim de 2014, no âmbito de um programa que substitui os 109 mil milhões que tinham sido acordados com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional em Julho passado.

Para já, prevê-se que 30 mil milhões destas ajudas serão reservados aos bancos gregos, que no âmbito do acordo para abatimento de 50% das dívidas serão muito atingidos, uma vez que os maiores donos de dívida soberana grega.

Em troca, o país terá de aceitar um verdadeiro reforço dos controlos sobre a política orçamental
Público

A opinião pública grega parece estar contra - 60%, indicam as últimas sondagens. Pessoalmente, suspeito que Papandreous queira usar a parte do perdão de 50% da dívida para legitimar toda a austeridade subsequente. Mas nem sempre os truques resultam - resta esperar para saber qual será o resultado.

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